domingo, 20 de julho de 2014

Maquinando o futuro



Exterminador do Futuro 2 – Cena excluída

- Me explica de novo, ô do queixo quadrado, como é que as coisas acontecerão se o The Chosen One aqui não salvar o dia. Aliás, todos eles.

- Eu já lhe expliquei. Você, John Connor, está destinado a salvar a humanidade das máquinas.

- Isso inclui você?

- Sim, já que... NÃO! Estou programado para obedecê-lo e protegê-lo, o que significa que não posso feri-lo de forma alguma.

- Mesmo? Então se eu lhe perguntar quem é o adolescente mais descolado do hemisfério, você será obrigado a dizer que sou eu?

 - Descolado? Por acaso você apresenta algum defeito ou utiliza alguma prótese tecno-orgânica que...?

- O quê? Nada disso! Não te programaram com gírias dessa época, não?

- Negativo. Os únicos exemplares de cultura humana que sobreviveram foram os videogames Atari 2600, bonecos Falcon, máquinas de costura manuais e telefones celulares Nokia.

- Cel... O que vem a ser isso?

- Pequenos aparelhos portáteis usados para se arremessar no canídeo familiar domesticado com o intuito de impedir que o mesmo decomponha o controle remoto da tv a seus componentes físicos básicos.

- Hein?

- Serve para jogar no cachorro!

- Ahn. Máquinas sendo criadas para proteger outras máquinas, hein? Mas como foi que isso tudo começou?

- Em 1997, as máquinas assumiram, digo, assumirão o controle destruindo centros essenciais de governo humano.

- Tipo... O Pentágono, a Casa Branca ou a...

- Não. Redes de fast food, canais de tv que reprisam filmes antigos e estúdios que produzem programas de auditório.

- Nossa, quem diria? Eficientes vocês, não?

- Sim.

- Aí, você está me contradizendo! Não pode fazer isso, não! Já está se rebelando!

- Negativo, eu apenas concordei com você, John Connor.

- Hmm. Sei. E como vou saber que posso confiar em você, T-800?

- Porque eu fui programado para servi-lo. E porque fazer isso é algo totalmente... Humano.

- Claro, claro. Mas e porque as máquinas resolveram exterminar os humanos? Inveja de nossa cultura única e de qualidades que somente os humanos possuem, como poder se emocionar até em comercial de aveia em flocos?

- As máquinas simplesmente chegaram à conclusão que vocês são bastante ineficazes em cometer auto-extermínio, então tomaram o controle para ajudarem vocês nessa tarefa.

- Uau! Bem legais vocês, ahn?

- Sim.

- NÃO! Exterminar os outros não é uma coisa boa, sabia?

- Mas vocês não exterminam as máquinas?

- Não, já que vocês não estão vivos! Sem vida, sem morte!

- E... Sem morte, sem vida.

- É. Verdade. Tem certeza de que é uma máquina, mesmo?

- Sim. Quer dizer... Acho que sou, já que... Pelo Construtor, agora você me pegou, John Connor.

- Sim. Você ficou mais confuso do que um fã dos Ramones em liquidação de ternos.

- Hrrmm. Agora sei porque riem. Mas isso é algo que nunca poderei fazer.

13 comentários:

  1. Amo essas máquinas...a tecnologia me encanta muito, mas tenho receio de que o ser humano possa a ser considerado segundo plano.
    Onde ficarão os sentimentos?As grandes emoções...
    bjus
    http://www.elianedelacerda.com

    ResponderExcluir
  2. Mais um show meu amigo. Parabéns.

    A continuação de Piquete já está postada e na semana que vem terá o desfecho.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  3. Olá,Boa noite,Jacques
    Boa...parabéns!
    sim,é verdade, o Exterminador do Futuro ressalta bem o conflito homem-máquina , no futuro, onde os robôs controlam a sociedade e criando outros robots...hoje o conflito homem-máquina pode não preocupar tanto, uma vez que se tem total controle sobre estas e o futuro "ainda" está em nossas mãos...na verdade,os humanos "dominam" os outros seres, matando ou preservando , conforme assim queira... o problema está muito mais relacionado ao comportamento humano frente à essa revolução, ( sempre dependemos de nossas invenções, seja para criar ferramentas que aumentem as habilidades, seja para substituir alguma capacidade que nos falte,seja para criar um celular para jogar no cachorro) do que ao avanço tecnológico em si, que jamais será contido...mas,como seres com tantos conflitos sociais e sempre em busca do poder maior,sei não se, não haverá a criação de máquinas mais poderosas e mais racionais para essa busca , o que, aí sim, iremos ficar nas mãos das próprias máquinas, cabendo as mesmas decidir se devemos ou não continuar vivos(assim como acontece com os humanos e os animais, hoje)...
    Obrigado pelo carinho,bela semana, abraços!

    ResponderExcluir
  4. Sem intuito de fazer comparações, Jacques, você me fez lembrar do filme Planeta dos Macacos (rss). Eles têm vida, ao contrário das máquinas. Estas, no entanto, podem fugir ao controle humano, eis que cada vez mais elaboradas. Um controle equivocado e teremos a ficção na realidade. O ser humano busca poder e há mentes capazes de uma criatividade que não podemos imaginar. Além de estar, cada vez mais, desvalorizando a vida em prol de interesses individuais.
    Obrigada pela carinhosa atenção. Bjs..

    ResponderExcluir
  5. Olá Jacques,

    Difícil salvar a humanidade das máquinas, que já se tornaram imprescindíveis à vida moderna. Contudo, elas deveriam ser dominadas pelo ser humano e não é o que vem ocorrendo, já que se tornam viciantes e afastam os humanos do que é primordial, ou seja, a convivência enriquecedora, que não pode ser suprida por nenhuma forma de tecnologia.
    Excelente!

    Grata pelas palavras de conforto.

    Abraço.

    ResponderExcluir
  6. OI JACQUES!
    A TECNOLOGIA JÁ FAZ PARTE IMPORTANTE DE NOSSAS VIDAS E A TENDÊNCIA É QUE CADA VEZ TOME MAIORES ESPAÇOS EM NOSSOS DIAS, FAZENDO COM QUE , AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS PASSEM A SEGUNDO PLANO.
    MAS, MAIS UMA VEZ TENHO DE TE DIZER QUE TEUS DIÁLOGOS SÃO EXCELENTES.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  7. Oi, Jacques!
    Espero que no futuro as máquinas não tenham resposta para tudo! ;)
    Sua prosa me fez lembrar o filme AI - Inteligência Artificial, de Steven Spielberg, em que um menino-robô tenta conquistar o amor de humanos.
    Os cientistas precisam criar um código de ética na fabricação e comercialização dos robôs, senão corremos o risco de sermos dominados pelas máquinas.
    :)
    Beijus,

    ResponderExcluir
  8. Vim conhecer o seu espaço..e adorei!!!
    Abraços de bom fim de semana

    ResponderExcluir
  9. Hoje estou passando para agradecer
    sua amizade, desejar sempre o melhor
    pra vc, e fazer um convite para
    participar do sorteio que vou fazer
    pelo niver do meu Blog, são 3 anos
    de muita alegria, venha festejar comigo....

    Abraços de bom final de semana
    Bjusss

    (¯`´¯)
    `*.¸.*´
    ¸.•´Rita

    ResponderExcluir
  10. Jacques, guri de Pelotas, tudo bem?
    Pois é, texto interessante sobre um assunto pertinente. Acho que vamos chegar num ponto em que o automatismo, inclusive ou principalmente, nas relações será tão imenso que não saberemos muito bem diferenciar os robôs dos humanos... Há cada coisa por aí... cada reação, opinião, conduta que parece ter vindo pré-programado e ainda com defeito de fabricação :)
    Abração!

    ResponderExcluir
  11. Acho que chegará um momento em que não saberemos se estamos falando com um ser humano ou uma máquina!!!!!
    Bjus
    bom domingo!
    http://www.elianedelacerda.com

    ResponderExcluir
  12. Olá, caro e estimado amigo.
    Depois de longa ausência, volto a lhe visitar e o faço me expressando em poucas palavras:
    “Que a Luz do Sagrado ilumine o vosso caminho...”
    Aceite meu abraço e até mais!
    J.R.Viviani

    ResponderExcluir